A MARATONA

Achei um pouco diferente, este ano. Sem dúvida o ENEM tem mudado a cada vez que é realizado. O desafio é o mesmo: passar no vestibular e obter uma boa colocação a fim de fazer um curso superior. A oportunidade é muito boa Para todos, basta se esforçarem.

O Marista foi onde se desenrolou a batalha minha e de alguns irmãos meus da igreja. Interessante, pois não era pra eu estar lá, pelo fato de estar fazendo outro curso, Letras, na FEDERAL. Deu vontade de fazer. Insegurança, talvez; não sei. Vontade de sentir-me mais seguro, de mais confiança. Todos passam por isso. Principalmente uma pessoa, que, como eu, não sonhava que um dia pudesse chegar à UFRPE, sem eira nem beira, sem fazer cursinho, só estudando em casa, sem ajuda de parentes, nem financeiramente, nem emocionalmente. Só de DEUS, protetor e amigo. Senti-me um titã, desses que vencem grandes batalhas, um DAVI enfrentando toda essa burguesia que nas últimas décadas têm tomado conta de nossas universidades publicas, como se fosse o quintal da casa deles. Por incrível que pareça, é assim que eles vêm essas faculdades. O ENEM, por mais falhas que tenha, tem sido uma verdadeira bênção para quem não poderia e nem pode em circunstância alguma, pagar uma universidade. Lula tem lá seus defeitos, tem errado bastante, mas nenhum outro governo fez tanto pela educação. Seja demagogia ou não, isso tem sido bom demais. Claro que a burguesia detesta isso. Os pobres estão invadindo o território que antes eles, os donos do poder, dominavam, infelizmente. Um dia isso tudo tinha que mudar. Veio um presidente que mudou a história desse país para melhor.

Quase que não chegava a tempo para a primeira etapa das provas. Muita gente, o trânsito muito cheio. Todo mundo resolveu sair de casa uma hora só. A hora do ENEM. Só se via estudante no ônibus. Desde o subúrbio até ao bairro nobre onde se realizou o confronto: nas Graças. A burguesia toda aproveitando a oportunidade de tomar conta de tudo. De todo jeito eles estão lá mesmo! O ENEM é uma forma a mais de eles dominarem.

Fiz boa prova. Achei fácil o modo como estão sendo levadas as questões agora. Aquele modo tradicional de se questionar acabou-se, graças a Deus. Estão, agora, fazendo com que se pense nas questões, de modo que você não precisa se preocupar com decoreba, com aquelas fórmulas chatas de matemática e de física, e também de química, três algozes dos estudantes, meu, principalmente, que nunca fui bom em matemática nem em física; nem tampouco química. Por isso fiz boa prova, esse novo método de fazer as questões tem mudado o conceito de vestibular para melhor.

As duas pessoas que ficaram como fiscais na sala que fiz a prova foram legais. Compreensivas, sem o jeito duro de outros, que parecem mais que estão sendo algoz dos judeus num campo de concentração, pelo modo duro que tratam a gente. Não gostam que sejam de algum modo contrariados. No primeiro dia permitiram que usássemos marcadores de texto, no segundo, não. Às vezes parece uma paranóia esse negócio de achar que os que fazem a prova, vão, de algum modo, esconder as respostas das questões dentro desses utensílios, por não serem transparentes. Exagero.

Na volta também foi difícil. Muita gente, ônibus apertadíssimos, sem caber nem uma agulha. Outros ônibus nem sequer paravam. Colocavam o letreiro especial e iam cortando paradas. Inconseqüentes e irresponsáveis. Cheguei em casa com fome e sede e fui espairecer. Comi e descansei.





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