O ESTIGMA DE UMA COR
Um empresário de Rondônia foi buscar alguns aitianos para trabalhar, e mediu eles de cima abaixo, como se fossem escravos. Inadmissível isso. O MP de Rodônia entrou em ação e está agindo contra isso.O que se espera que se faça para que haja respeito pelos negros no Brasil, se somos 53% da população, mesmo assim sempre fazemos um papel menor, segundo canta o cantor de reggae Edson Gomes, banido das rádios por causa de suas letras e críticas ao sistema, e defender a cultura negra?
Por mais bonito que seja o negro, por mais bem vestido que esteja, só veem nele a cor, a escravidão, o ser inferior. Pode ser um advogado que esteja ali diante de um branco, um policial, um empresário, mas o que muitos veem é a pele, a escravidão, tudo que seja inferior. Não acham que somos inteligentes, que temos o mesmo direito que eles. O referencial de beleza é o branco. Aqui no Brasil somos invisíveis.
Até no cinema e na TV, o papel dos negros é sempre o de servos, escravos, ladrões, e todos são favelados. Na TV cultura há uma novela que passa aos sábados, de Angola,feita por pessoas negras, e as tramas são interessantes, em boa parte delas. É exceção. Há entrevistas, documentários, e uma vasta programação que enfatiza a cultura afro. Mas numa certa TV brasileira, líder de audiência, quando um personagem negro é o personagem principal da trama, é apenas uma caricatura mal feita. As mulheres negras dos seriados, são umas mulheres fáceis, vulgares e sem noção,verdaeiras cachorras no cio, nao sabendo nem se portar uma simples festa. É um desrespeito para com mais de metade da população brasileira. Não temos que aceitar isso, não temos que aceitar passivamente esse desrespeito, já está na hora de alguma coisa ser feita para mudar isso. Que direito tem essas pessoas de fazerem essas coisas e tratarem com tanto desrespeito todos os negros do Brasil?
A prova de que a discriminação é muito grande ainda, foi o fato desse empresário, depois de tudo que está sendo feito, e de tantas lutas a favor de uma democratização do saber, da renda, e ainda assistirmos cenas como aquelas, é um absurdo muito grande. É preciso continuar lutando até que não reste mais nada, não se pode aceitar nenhum resquiçio de discriminação, todas devem ser banidas.
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