O SOFRIMENTO DE CAMILLE CLAUDEL E OUTRAS MULHERES
J.Mou
Fiquei chocado com a covardia que fizeram com Camille Claudel, por causa da vida "livre" que ela levava.
Era
uma escultora francesa,e, naquela época do início do século XIX, isso era um
trabalho que era tido como labor de homem. Ela sofreu
muita discriminação por causa disso, e acabou sendo desprezada pela
sociedade daquela época.
Passou trinta anos internada em um hospital psiquiátrico de Paris,o Hospital Psiquiátrico de Montdevergues, por causa de maldades de uma sociedade falsa, que não aceitava que uma mulher quisesse ser o que ela bem escolhessse, mesmo que isso fosse contra o que era chamado, pela maioria, de uma vida diferente das demais mulheres. Certamente isso foi por medo de que as outras mulheres fizessem o mesmo, e pensassem por si mesmas.
Por causa dessa maldade, ela não mais conseguia patrocínio para se dedicar ao seu trabalho ao qual ela tanto amava. Mesmo sendo amiga de famosos como Rodin, de quem era muito amiga, ou de Picasso, não deu a ela esse poder de ser o que ela dejasse, nem deu-lhe a liberdade à qual ela devia ter direito.
Não morro de amores por esse feminismo de hoje,do qual, se Camille vivesse no tempo de hoje,seria adepta, que dá todo o apoio a esse tipo de liberdade feminina,e fica ridicularizando a família, mas daria total apoio para que essa mulher fosse o que ela quisesse, se pudesse, mesmo que isso contrariasse o que eu penso. Nem Deus impede isso, que uma pessoa não seja o que ele quer.
Aqui no Brasil aconteceu a mesma coisa, pois as mulheres que tinham uma vida mais "livre", que gostavam de cinema, de ir a outros lugares incomuns para uma mulher ir, era tida como louca, era internada como demente no Hospital Psiquiátrico Juquery, em São Paulo.
Isso ocorreu com uma mulher, professora, chamada Eunice, trinta anos, que foi internada apenas pelo fato de ser quem ela foi, uma pessoa com personalidade própria, que sabia o que queria, e que isso foi visto como um sinal de "demência" por falsos psiquiatras, que por qualquer coisa internavam as mulheres, principalmente se elas não quisessem casar ou ter filhos, coisas que a maioria fazia, mas havia outras que não queriam ser isso, e, por isso, eram internadas como loucas!
Teve um caso também de uma mulher chamada Maria, imigrante cujo marido era alcoólatra e perdeu tudo o que eles tinham por causa da cachaça. Ela, deprimida, começou a beber também, e foi a única a ser internada no Hospital Psiquiátrico, e o marido ficou livre.
Isso é só para se ter uma ideia da maneira como as mulheres eram tratadas naquela época, de um modo bastante arbitrário, mal, perverso. Absurdo, mas que, infelizmente, acontecia muito.
Ainda bem que hoje elas têm mais liberdade de ser o que querem ser, mesmo que isso contrarie a muitos.
Referência
CUNHA,Maria Clementina Pereira. Loucura, Gênero Feminino: As Mulheres do Junquery na São Paulo do Início do Século XX. Revista Brasileira de História,São Paulo,v.9,n. 18,p.121-144,ag.1989.
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